Nossos avós nos dizem que a tinta pode nos tornar invisíveis diante de animais e peixes, mas para isso é preciso cantar e dançar para os espíritos da floresta. E a gente acredita que todos os seres da natureza têm um espírito que os protege e a nós também (2002, p. 16).

Bioma Amazônia 

Kaba Darebu, de Daniel Munduruku 

Daniel Munduruku é um premiado escritor e professor pertencente ao povo Munduruku. É formado em Filosofia, possui licenciatura em História e Psicologia, é mestre e doutor em educação pela USP. É membro da Academia de Letras de Lorena e já recebeu vários prêmios no Brasil e no exterior: Prêmio Jabuti, da Academia Brasileira de Letras, Prêmio Érico Vanucci Mendes (CNPq), Tolerância (UNESCO).

POVO MUNDURUKU

Autodenominação: Wuy jugu.

Localização: Estado do Pará (sudoeste, calha e afluentes do rio Tapajós, nos municípios de Santarém, Itaituba, Jacareacanga); Amazonas (leste, rio Canumã, município de Nova Olinda; e próximo a Transamazônica, município de Borba); Mato Grosso (Norte, região do rio dos Peixes, município e Juara). Habitam geralmente regiões de florestas, às margens de rios navegáveis.

Língua: Tronco Tupi.

Dados populacionais: 13755 (Siasi/Sesai, 2014).

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Daniel Munduruku é um escritor e professor, pertencente ao povo Munduruku. Autor de 54 obras, sendo a maioria classificada como literatura-infanto juvenil, é membro da Academia de Letras de Lorena e já recebeu diversos prêmios. Tem pós-doutorado em linguística pela Universidade Federal de São Carlos

No chão da minha memória corre a menina com as árvores. As gentes são tudo aquilo que conversam com o seu coração (2019, p. 73).

Julie Dorrico pertence ao povo Macuxi. Doutora em Teoria da Literatura na PUCRS. Autora da obra “Eu sou macuxi e outras histórias” publicada pela editora Caos e Letras (2019). 1º no concurso Tamoios/FNLIJ/UKA de novos escritores indígenas em 2019. Administradora coletiva do perfil @leiamulheresindigenas no Instagram.

Povo Macuxi

Autodenominação: Pemon

Localização: Região das Guianas, entre as cabeceiras dos rios Branco e Rupununi, território atualmente partilhado entre o Brasil e a Guiana.

Língua: Família Karib.

Dados populacionais: 33603 (Roraima, Siasi/Sesai, 2014); 9500 (Guiana); 89 (Venezuela)

Movejo, de Sony Ferseck

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      escrever até ser minha própria pátria

meu próprio estado meu próprio lar

escrever até ser eu até ser minha rima por rima e 

em qualquer papel

escrever até até ser minha própria voz meu próprio

sexo meu próprio eco e reflexo (2020, p. 59).

Povo Macuxi

Autodenominação: Pemon

Localização: Região das Guianas, entre as cabeceiras dos rios Branco e Rupununi, território atualmente partilhado entre o Brasil e a Guiana.

Língua: Família Karib.

Dados populacionais: 33603 (Roraima, Siasi/Sesai, 2014); 9500 (Guiana); 89 (Venezuela)

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Gustavo Caboco pertence ao povo Wapichana. É artista, escritor, performer. O primeiro livro de Caboco, escrito e desenhado após o incêndio ocorrido no Museu Nacional do Rio de Janeiro em 2018, chama-se Baaraz Kawau – “o campo após o fogo” em língua Wapichana. Na 34ª Bienal, Gustavo Caboco apresentará Kanau'kyba, uma proposição desenvolvida em conjunto com sua mãe, Lucilene Wapichana, e seus primos Roseane Cadete, Wanderson Wapichana e Emanuel Wapichana.  

Povo Wapichana 

Autodenominação: Wapichana

Localização: Área que vai do rio Branco ao rio Rupununi, região de divisão das águas das bacias do rio Amazonas e do rio Essequibo (RR, Guiana, Venezuela).

Língua: Família Aruak.

Dados populacionais: 9441 (Siasi/Sesai, 2014). Na Venezuela são 37 e na Guiana 6000.

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Baaraz Kawau, de Gustavo Caboco

     Dei uma pisada num formigueiro, levei uma flechada no pé, um banho de pimenta e preparamos uma damurida. É o início da minha jornada de retorno (2020). 

Eu sou macuxi e outras histórias, de Julie Dorrico

Sony Ferseck pertence ao povo Macuxi. É doutoranda em Literatura (UFF), Mestre em Letras/ Linha de Pesquisa Literatura, artes e cultura regional (UFRR), Graduada em Letras/Inglês (UFRR). Além de sua pesquisa, ela se dedica às suas próprias produções literárias. 

O sopro da vida: putakaryy kakykary, de Kamu Dan Wapichana

         Certo dia encontrou, na primeira manhã que caía as frutas do cerrado, algo que não sabia direito o que era e foi logo perguntar a seus irmãos. Uionare, a única menina dentre os sete, lhe explicou que era uma semente. Ficara intrigado e perguntou o que era uma semente. Uionare respondeu que ela caía da árvore, e que era um bebê." (2019, p. 8). 

Kamuu Dan Wapichana (Filho do Sol) pertence ao povo Wapichana. É estudante de Gestão Ambiental na Universidade de Brasília, escritor, contador de histórias, educador sócio-ambiental popular, permacultor, nascido em na capital de Boa Vista-RR, de origem do Povo Wapichana. Kamuu tem dois livros publicados e mais 13 histórias aguardando para ganhar espaço. Foi premiado três vezes pelo Concurso Tamoio para escritores indígenas: 2015, 2017 e 2019.

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Autodenominação: Wapichana

Localização: Área que vai do rio Branco ao rio Rupununi, região de divisão das águas das bacias do rio Amazonas e do rio Essequibo (RR, Guiana, Venezuela).

Língua: Família Aruak.

Dados populacionais: 9441 (Siasi/Sesai, 2014). Na Venezuela são 37 e na Guiana 6000.

Povo Wapichana 

Canumã, de Ytanajé Coelho Cardoso

         Na verdade, a terra nunca sai de nós, assim como nunca saímos da terra. A terra é tudo aquilo que somos, já diziam os velhos

(2019, p. 159).

Ytanajé Coelho Cardoso é do povo Mundurucu. Graduado em Letras pela Universidade Estadual do Amazonas, Mestre em Letras e Artes pela UEA e Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Educação, na Universidade Federal do Amazonas.

Povo Munduruku

Autodenominação: Wuy jugu.

Localização: Estado do Pará (sudoeste, calha e afluentes do rio Tapajós, nos municípios de Santarém, Itaituba, Jacareacanga); Amazonas (leste, rio Canumã, município de Nova Olinda; e próximo a Transamazônica, município de Borba); Mato Grosso (Norte, região do rio dos Peixes, município e Juara). Habitam geralmente regiões de florestas, às margens de rios navegáveis.

Língua: Tronco Tupi.

Dados populacionais: 13755 (Siasi/Sesai, 2014).

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com a noite veio o sono,de lia minapóty

     [...] os seis maraguás puseram-se a correr, porque atrás deles vinha a noite se propagando, engolindo tudo: árvores, raízes, terra, bichos… (2011, p. 15)

Lia Minápoty pertence ao povo Maraguá. Nasceu em 1989, na aldeia Yãbetue’y, área indígena Maraguapajy (país dos Maraguás), que abrange as cidades de Nova Olinda do Norte e Borba, no rio Abacaxis. Reside na aldeia Yaguawajar, onde trabalha como professora do Ensino Fundamental. Também é artista plástica especializada em grafismos indígenas, e trabalha com coleções de plantas e de borboletas.

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Povo Maraguá

Autodenominação: Maraguá.

Localização:  Região do rio Abacaxis, nos municípios amazonenses de Nova Olinda do Norte e Borba, território denominado Maraguapajy, em uma área em torno de 700 mil ha, entre a área Indígena Coatá-Laranjal e o parque florestal Pau-Rosa. Estão distribuídos em 04 aldeias, as margens do rio Abacaxis (Yãbetue’y, Kãwera, Monãg’náwa e Yaguawajar); rio Urariá, Paracuni e Curupira. Considerados extintos, por muito tempo seus integrantes foram considerados Sateré-Mawé.

Língua: Maraguá, de origem Aruak, porém com forte influência do Tupi.

Dados populacionais: 1300 (http://blogdeyaguare.blogspot.com/p/povo-maragua.html)

Yahi Puíro Ki’ti: A origem da constelação da Garça, de Jaime Diakara

        Os Dessana-Wahari Diputiro Porã acompanham as estações do ano através das constelações e do tempo de amadurecimento das frutas. De acordo com esse povo, o ano começa com uma enchente, chamada em dessana yahí puíro (enchente da Garça). É também o aniversário da chegada da canoa de transformação na cachoeira de Ipanoré. (2011, p. 6). 

Jaime Diakara é indígena do povo Dessana do Grupo Wari Diputiro Porã. É graduado em Pedagogia Intercultural Indígena pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e Doutorando em Antropologia Social na UFAM. Agente cultural, escritor, professor, é conhecedor da cosmologia Dessana, contador de história e ilustrador. 

Povo Desana

Autodenominação: Umukomasã

Localização: Habitam principalmente o Rio Tiquié e seus afluentes Cucura, Umari e Castanha; o Rio Papuri (especialmente em Piracuara e Monfort) e seus afluentes Turi e Urucu; além de trechos do Rio Uaupés e Negro (inclusive cidades da região)

Língua: Família Tukano Oriental.

Dados populacionais: 1699 no Brasil (ISA/Foirn, 2017) e 2036 na Colômbia.

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Projetos e presepadas de um curumim na Amazônia, de Edson Kayapó

      Quiseram vencer a floresta, arrancaram as árvores do chão. Onde não tem árvore tem lama. Mas onde já se viu! - indignou-se. -Não vence a floresta. Não vence, não - murmurou, entre um sorriso. (2019, p. 23). 

Edson Kayapó, pertencente ao povo Mebengokré, é ativista do movimento indígena e ambientalista. Doutor pelo EHPS/PUC-SP, mestre em História Social pela mesma instituição. Escritor premiado pela UNESCO e pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, conferencista e professor de História indígena e Educação Escolar Indígena na Licenciatura Intercultural Indígena do Instituto Federal da Bahia.

Povo Kayapó

Autodenominação:  Mebêngokrê

Localização: Curso superior dos rios Iriri, Bacajá, Fresco e de outros afluentes do caudaloso rio Xingu (Brasil Central); bioma: floresta equatorial e algumas áreas de cerrado e de transição.

Língua: Família linguística Jê, do tronco Macro-Jê.

Dados populacionais: 11675 (Siasi/Sesai, 2014).

As aventuras de Angelina e o Bruxo do Sofrimento,
de Niara Terena:

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      o tempo em que a terra pousou na escuridão, de Niara Terena: “Então eu no futuro olhei para o chão e eu no presente olhei para mim no futuro e fiz uma promessa: 

- Eu prometo que “você-eu” não vou acabar assim.” (2018). 

Niara Terena pertence ao povo Terena. É natural de Cuiabá, nasceu em 2006. É escritora de ficção e mais recentemente de dramaturgia. Aos 8 anos publicou o primeiro livro, “Amor Essencial” (2015) e, aos 11 anos, publicou “As aventuras de Angelina e o bruxo do sofrimento: o tempo que a terra pousou na escuridão” (2018). As duas obras foram publicadas pela editora Sustentável.

Povo Terena

 

Autodenominação:  Kopenoty ou Chané

Localização: Sete municípios sul-matogrossenses: Miranda, Aquidauana, Anastácio, Dois Irmãos do Buriti, Sidrolândia, Nioaque e Rochedo. Também há famílias terena vivendo em Porto Murtinho (na Terra Indígena Kadiweu), Dourados (TI Guarani) e no estado de São Paulo (TI Araribá).

Língua: Família Aruák.

Dados populacionais: 28.845 (Censo 2010)

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Boloriê: a origem dos alimentos,
de Ariabo Kezo:

     Quando chega uma determinada idade, todos os meninos têm que enfrentar um desafio para conquistar o segundo nome. Os desafios mais comuns são caçar ou pescar algo, sempre sob o olhar dos mixina, e o nome que os meninos ganham é relacionado ao desafio que eles superam. No entanto, apesar da dificuldade, essa é a fase que todos os meninos esperam, pois quem vence é visto com outro olhar pelo povo (2015).

Luciano Ariabo Kezo é escritor, artista plástico e um grande guerreiro na defesa dos direitos dos povos indígenas brasileiros. É formado em Letras pela Universidade Federal de São Carlos(UFSCar) SP, e mestrando em Linguística (UFSCar). 

Ele fala sobre as várias formas de existência da literatura em seu povo e reflete sobre o que seria uma literatura indígena. Além disso, comenta sobre as limitações da análise ocidental sobre as culturas indígenas.

Povo umutina

Nome: ‘Umotina’, 'Omotina' ou 'Umutina' (grafia utilizada desde a década de 40).

Autodenominação: Balatiponé.

Localização: Vivem em aldeias localizadas na Terra Indígena Umutina, numa área de 28.120 hectares homologada em 1989, nos municípios de Barra do Bugre e Alto Paraguai, entre os rios de mesmo nome em Mato Grosso. Seu território encontra-se numa região de transição do Cerrado e Amazônia.

Língua: Família Bororo, tronco Macro-Jê. O Português é a língua predominante.

Dados populacionais: 515 (Siasi/Sesai, 2014).

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Irakisu, o  menino criador,
de Renê Khitãulu

       Na nossa aldeia, quando anoitece, as crianças chamam o cantor para animar as pessoas e contar histórias, que chamamos wanta îyaujausu. (2002, p. 11). 

Renê Kithãulu pertence ao povo Waikutesu, da área indígena Nambikwara, situada perto do município de Comodoro, Mato Grosso. Foi contador de histórias, educador, ensinava a atirar com arco e flecha, a cantar e a brincar. Ele já encantou.

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Povo Nambikwara

Autodenominação: Anunsu.

Localização: Estado de Mato Grosso e Rondônia. Vivem em pequenas aldeias, nas altas cabeceiras dos rios Juruena, Guaporé e Madeira. Habitam tanto o cerrado, quanto a floresta amazônica e as áreas de transição entre estes ecossistemas.

Língua: Família linguística Nambikwara

Dados populacionais: 2332 (Siasi/Sesai, 2014)

Awyató-pót: histórias indígenas para crianças, de Tiago Hakiy

      Awyató-pót amarrou os chocalhos no rabo da Surucucu e, a partir de então, toda vez que a cobra fica brava, com vontade de morder, ela balança o rabo, fazendo chêeee, chêeee, chêeee, chocalhando para avisar que está por perto. (2011, p. 12).

Tiago Hakiy é poeta, escritor e contador de histórias indígenas. De Barreirinha, estado do Amazonas, pertence ao povo Saterê-Mawé. É formado em Biblioteconomia pela Universidade Federal do Amazonas. Foi vencedor do Concurso Tamoios de Textos de Escritores Indígenas/FNLIJ, em 2012.

Povo Sateré-Mawé

Autodenominação: Sateré-Mawé

Localização: Vivem na região do Médio rio Amazonas, em duas terras indígenas, uma denominada TI Andirá-Marau, localizada na divisa dos estados do Amazonas e Pará (território original deste povo) e um pequeno grupo habita a TI Coatá-Laranjal da etnia Munduruku.

Língua:  Família Mawé, Tronco Tupi.

Dados populacionais: 13350 (CGTSM, 2014).

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O sonho da Buya-Wasú, de Moara Tupinambá Tapajowara

        Por muito tempo os contos

da floresta ficaram escondidos

na casca de um tracajá encantado. Quando finalmente saíram de lá, a mata desabrochou e ficou toda encantada. De lá de dentro da

casca do tracajá saíram muitas mães.

A mãe dos animais, a mãe dos rios,

a mãe da gente, a mãe de todos.(2020). 

Moara Tupinambá pertence ao povo Tupinambá, da região do Baixo Tapajós. É ARTivista visual e curadora, natural de Mairi (Belém do Pará). É sócia do Colabirinto e vice-presidente da associação multiétnica Wyka Kwara. Trabalha com desenho, pintura, colagens, instalações, vídeo-entrevistas, fotografias, literatura e performances. Em 2020, foi selecionada com o projeto "Museu da Silva" para a 30ª edição do Programa de Exposições CCSP.

Povo Tupinambá

Autodenominação: Tupinambá

Localização: O território dos Tupinambá de Olivença está localizado no sul do estado da Bahia, sendo grande parte dele inserido no município de Ilhéus, como também nos municípios de Buerarema e Una. Habitam uma região predominante de Mata Atlântica que se estende até a costa marítima.

Língua:  Hoje fala-se exclusivamente português.

Dados populacionais: 4669 (Siasi/Sesai, 2014)

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O formigueiro de Myrakãwéra,
de Yaguarê Yamã

     As enormes formigas não existiam antigamente naquelas paragens, mas foram criadas pelo deus Guariruba em sua própria homenagem, já que ele tem a aparência de formiga. E desde então é assim. (2013, p. 7). 

Yaguarê Yamã pertence ao povo Maraguá e Saterê-Mawé. É escritor, poeta, geógrafo pela UNISA, ilustrador e líder indígena nascido no Amazonas. É autor de 30 livros para públicos diversos e é vice-presidente do Instituto Wewaa, com sede em Manaus (AM). Palestrante de temáticas indígenas e ambientais, pertence à Academia Parintinense de Letras e é um dos fundadores da ALN - Academia da Língua Nheengatu. 

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Povo Maraguá

Autodenominação: Maraguá.

Localização:  Região do rio Abacaxis, nos municípios amazonenses de Nova Olinda do Norte e Borba, território denominado Maraguapajy, em uma área em torno de 700 mil ha, entre a área Indígena Coatá-Laranjal e o parque florestal Pau-Rosa. Estão distribuídos em 04 aldeias, as margens do rio Abacaxis (Yãbetue’y, Kãwera, Monãg’náwa e Yaguawajar); rio Urariá, Paracuni e Curupira. Considerados extintos, por muito tempo seus integrantes foram considerados Sateré-Mawé.

Língua: Maraguá, de origem Aruak, porém com forte influência do Tupi.

Dados populacionais: 1300 (http://blogdeyaguare.blogspot.com/p/povo-maragua.html)

Aventuras do menino Kawã, de Elias Yaguakãg

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       Esses animais também são espíritos. Entender isso é difícil e fácil ao mesmo tempo, é só nascer em uma aldeia maraguá, meu amigo. Essa crença faz parte da religião maraguá. Escrever um livro para crianças da cidade não é fácil! Não estou reclamando, não! Só acho engraçado ter que explicar, a literatura indígena foi sempre oral…(2010, p. 27). 

Elias Yaguakãg pertence ao povo Maraguá. Nasceu no município de Nova Olinda do Norte. É escritor, professor, artista plástico e especialista em grafismos indígenas. 

Povo Maraguá

Autodenominação: Maraguá.

Localização:  Região do rio Abacaxis, nos municípios amazonenses de Nova Olinda do Norte e Borba, território denominado Maraguapajy, em uma área em torno de 700 mil ha, entre a área Indígena Coatá-Laranjal e o parque florestal Pau-Rosa. Estão distribuídos em 04 aldeias, as margens do rio Abacaxis (Yãbetue’y, Kãwera, Monãg’náwa e Yaguawajar); rio Urariá, Paracuni e Curupira. Considerados extintos, por muito tempo seus integrantes foram considerados Sateré-Mawé.

Língua: Maraguá, de origem Aruak, porém com forte influência do Tupi.

Dados populacionais: 1300 (http://blogdeyaguare.blogspot.com/p/povo-maragua.html)

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A cidade das águas profundas, de Marcelo Manhuari Munduruku

        - Você me falou que não tinha para onde ir por causa do garimpo. Mas vejo que aqui tem espaço para muita gente.

-Meu caro amigo, tudo o que você vê é obra de encantamento e das profundezas do rio. Cada vez que a magia e o encantamento são interrompidos, tudo se torna um caos. Se perdermos a pureza dos rios, perderemos também nosso modo de vida e não teremos mais nada além das correntezas do Rio Tapajós (2013, p. 25-26).

Marcelo Manhuari Munduruku pertence ao povo Munduruku. É escritor, professor, contador de histórias, palestrante. Licenciado em Língua, Artes e Literatura pela UNEMAT. Atualmente é mestrando pela Faculdade Indígena Intercultural (UNEMAT). Artista plástico, músico, atua como líder no fortalecimento da Cultura Munduruku, como procurador da Instituição da Aldeia que Instituto Munduruku.

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Povo Munduruku

Autodenominação: Wuy jugu.

Localização: Estado do Pará (sudoeste, calha e afluentes do rio Tapajós, nos municípios de Santarém, Itaituba, Jacareacanga); Amazonas (leste, rio Canumã, município de Nova Olinda; e próximo a Transamazônica, município de Borba); Mato Grosso (Norte, região do rio dos Peixes, município e Juara). Habitam geralmente regiões de florestas, às margens de rios navegáveis.

Língua: Tronco Tupi.

Dados populacionais: 13755 (Siasi/Sesai, 2014).

Mondagará, a traição dos encantados, de Roni Wasiry Guará

        A história deste livro foi contada por meu avô quando eu ainda era menino, e, assim como ele me contou, hoje sou eu quem conto aos curumins. Suas histórias passaram a fazer parte da minha memória e ainda hoje - apesar de ele não estar mais entre nós - trago dentro de mim suas palavras que eram sempre tão cheias de sabedoria de nossos ancestrais (2011, p. 7). 

Roni Wasiry Guará é professor da escola CFR - Casa Familiar Rural, que trabalha com questões voltadas ao Desenvolvimento Sustentável, à Preservação do Meio Ambiente, ao Manejo Florestal e a Técnicas Agrícolas, um ensino diferenciado. É formado em Pedagogia Intercultural Indígena e Técnico em Radiologia. É casado com Francineide Alves, é pai de Isadora e Riki Wasari.

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Povo Maraguá

Autodenominação: Maraguá.

Localização:  Região do rio Abacaxis, nos municípios amazonenses de Nova Olinda do Norte e Borba, território denominado Maraguapajy, em uma área em torno de 700 mil ha, entre a área Indígena Coatá-Laranjal e o parque florestal Pau-Rosa. Estão distribuídos em 04 aldeias, as margens do rio Abacaxis (Yãbetue’y, Kãwera, Monãg’náwa e Yaguawajar); rio Urariá, Paracuni e Curupira. Considerados extintos, por muito tempo seus integrantes foram considerados Sateré-Mawé.

Língua: Maraguá, de origem Aruak, porém com forte influência do Tupi.

Dados populacionais: 1300 (http://blogdeyaguare.blogspot.com/p/povo-maragua.html)

Kumiça Jenó: narrativas poéticas dos seres da floresta, de Márcia Kambeba

Matinta é ser humano

Mulher comum do lugar

Anda de dia pela roça

Varre a casa, cuida do lar.

 

Tem marido e filhos

Lava roupa, rala macaxeira

Assa o peixe no moquém

É alegre, é rezadeira

Com bom humor faz sempre o bem. (2021, p. 21). 

Márcia Kambeba é escritora indígena do povo Omágua/Kambeba. Também é cantora, compositora, atriz, palestrante, poeta e locutora. Formou-se em 2012 no mestrado na UFAM. Em 2021, foi aprovada em 1º lugar no Doutorado em Estudos Linguísticos na UFPA. É a 1º indígena a ocupar o cargo de Ouvidora Geral do Município de Belém na Prefeitura Municipal de Belém.

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Povo Kambeba

Autodenominação:  Kambeba no Brasil e Omágua no Peru.

Localização:  No Peru, habitam terras próximas à capital Lima e em sua periferia. Já em território brasileiro dividem-se em quatro aldeias localizadas na região do médio Solimões e uma última no baixo rio Negro, todas no estado do Amazonas.

Língua: Família Tupi-guarani, tronco Tupi.

Dados populacionais: 3500 (Peru, 1994); 1500 (Brasil, Siasi/Sesai, 2014)

Ipaty: o curumim da selva, de Ely Macuxi

       Os velhos de nossa aldeia contam que a vida começou no oco do pau de paxiúba. E que lá, na escuridão, moravam duas centopeias chamadas de Kaini e Yanki. Eles contam que certa vez choveu tanto, que alagou toda a terra… E a correnteza foi tão forte, que arrastou o tronco para o grande rio. (2010, p. 5). 

Yandé Anga (Nossa Alma), de Bete Morais:

Ely Macuxi pertence ao povo Macuxi. Foi escritor, contador de histórias, palestrante e professor da rede municipal de Manaus. Graduado em filosofia e especialista em Gestão e Etnodesenvolvimento pela UFAM. Recebeu o título póstumo de mestre do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social/UFAM, pela dissertação intitulada “Relações interétnicas em contexto urbano: Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entorno - COPIME” (2021).

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Povo Macuxi

Autodenominação: Pemon

Localização: Região das Guianas, entre as cabeceiras dos rios Branco e Rupununi, território atualmente partilhado entre o Brasil e a Guiana.

Língua: Família Karib.

Dados populacionais: 33603 (Roraima, Siasi/Sesai, 2014); 9500 (Guiana); 89 (Venezuela)

Terreiro de Makunaima: mitos, lendas e estórias em vivências, de Jaider Esbell

        O vento que passava por cima da serra vinha refrescando suavemente. Entrando pelas janelas que viviam abertas. Dava pra ver a claridade dos vaga lumes lá fora. Poderiam sair se quisessem. Mas não precisavam, tudo que queriam era estar ali. Assim os dias passaram, e esta estória não tem fim. (2012, p. 108). 

Jaider Esbell pertence ao povo Macuxi. Foi escritor, artista multimídia e curador. Em 2016 ganhou o Prêmio Pipa categoria online. Em 2020 participou de Véxoa: nós sabemos, mostra coletiva de arte indígena na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Foi convidado da 34ª Bienal de São Paulo e curador do projeto Moquém_Surarî, exposição de arte indígena contemporânea no Museu de Arte Moderna de São Paulo.

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Povo Macuxi

Autodenominação: Pemon

Localização: Região das Guianas, entre as cabeceiras dos rios Branco e Rupununi, território atualmente partilhado entre o Brasil e a Guiana.

Língua: Família Karib.

Dados populacionais: 33603 (Roraima, Siasi/Sesai, 2014); 9500 (Guiana); 89 (Venezuela)

         Quando eu estou em contato com a natureza, a primeira pessoas que ascende na minha memória é meu avô. Ele me ensinou tanta coisa apenas com a sua presença, que sinto que ele e a natureza se confundem

 (2021, p. 41).  

Bete Morais pertence ao povo Desana. É natural de São Gabriel da Cachoeira, Amazonas. É atriz, dramaturga, escritora, poetisa, arte-educadora e bacharel em Direito pela UEMS.

Povo Desana

Autodenominação: Umukomasã

Localização: Habitam principalmente o Rio Tiquié e seus afluentes Cucura, Umari e Castanha; o Rio Papuri (especialmente em Piracuara e Monfort) e seus afluentes Turi e Urucu; além de trechos do Rio Uaupés e Negro (inclusive cidades da região).

Língua: Família Tukano Oriental.

Dados populacionais: 1699 no Brasil (ISA/Foirn, 2017) e 2036 na Colômbia

Bayá, kumu e yaí: os pilares da identidade indígena do Uaupés, de Põrõ Israel Fontes Dutra e Yuhkuro Avelino Dutra

 

        A criação dos seres humanos, a divisão de povos e línguas, a transmissão de conhecimentos tradicionais, dos rituais de pajelança e benzimento, a criação dos pajés (yaiwa, bayaroa e mahsãkura yaiwa), a criação das primeiras mulheres indígenas do Uaupés, a distribuição de kahpi, tabaco, pinturas, de mulheres, de bebidas alcóolicas e de instrumentos musicais, ocorreram no mundo sobrenatural, no mundo espiritual aquático, no mundo dos seres espirituais (2018, p. 33).

Põrõ Israel Fontes Dutra, é filho de Yuhkuro Avelino Dutra, um dos últimos líderes espirituais do Rio Negro. É acadêmico do curso de Medicina, pela Universidade Estadual do Amazonas (UEA) e deverá ser o sucessor de seu pai, conforme a tradição do seu povo.

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Povo Tuyuka

Autodenominação: Utapinopona para uso ritual e Dokapuara empregado de forma coloquial

Localização:Ocupam a região compreendida num trecho do alto rio Tiquié, interflúvio dos rios Tiquié e Papuri no Amazonas. Os Tuyuka consideram a região da cachoeira Yurupari, localizada no alto rio Uaupés na Colômbia, como seu território tradicional.

Língua: : Família linguística Tukano Oriental do Noroeste Amazônico

Dados populacionais: 1050 no Amazonas (Siasi/Sesai, 2014), 570 na Colômbia.

Conheça mais

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